Opinião
É difícil imaginar uma especialidade com interface maior com o cancro do que a Gastrenterologia. Sabemos que o cancro digestivo é a principal causa de morte por cancro na Europa. A nossa especialidade intervém em todos os momentos do manejo da doença oncológica: prevenção, estratificação de risco, rastreio, vigilância de lesões pré-malignas, tratamento (sim, tratamento!), estadiamento, discussão multidisciplinar, resolução de complicações da terapêutica médica ou cirúrgica, vigilância para despiste de tumores metacronos, paliação desintomas e recomendações aos familiares em risco.
A doença inflamatória intestinal (DII), que compreende a doença de Crohn e a colite ulcerosa, são doenças crónicas do tubo digestivo, que cursam com períodos de agudização e remissão. Previamente consideradas doenças dos países desenvolvidos, tem-se verificado um aumento da incidência em zonas do mundo onde previamente esta era uma doença rara, e também em Portugal.
O vírus da hepatite C (VHC) foi identificado em 1989. Atualmente, vivem no mundo cerca de 71 milhões de pessoas com infeção crónica pelo VHC. Em Portugal, as primeiras estimativas apontavam para uma prevalência de cerca de 1,5% no ano 2000, tendo este valor vindo progressivamente a diminuir.
São diversos os estudos que demonstram elevada frequência da anemia e/ou a deficiência de ferro nos doentes com doença inflamatória intestinal (DII). Estima-se que um quarto dos doentes em idade adulta tem anemia e mais de metade tem deficiência de ferro. Durante muito tempo tanto os médicos como os doentes subestimaram o impacto da deficiência do ferro na qualidade de vida destes doentes.
A cápsula endoscópica, disponível desde 2001 na prática clínica, veio revolucionar o estudo endoscópico do intestino delgado. Tradicionalmente de acesso limitado e difícil, do ponto de vista técnico, era demorado, potencialmente doloroso e não permitia, na maioria dos casos, uma completa observação de toda a extensão da mucosa do intestino delgado.
A utilização da ultrassonografia como modalidade de imagem na Medicina expandiu-se a quase todas as especialidades clínicas. Esta difusão baseou-se na simplicidade, acessibilidade e baixo custo para obtenção em tempo real de imagens de alta resolução utilizando radiação não-ionizante.
A neoplasia do pâncreas persiste como um dos tumores sólidos com pior prognóstico. Nas últimas décadas, os países desenvolvidos têm registado um aumento muito significativo da incidência e da mortalidade por cancro do pâncreas. Nos Estados Unidos (dados do Surveillance, Epidemiology, and End Results Program - SEERS) registou-se um aumento médio anual de cerca de 0.95% da taxa de incidência de cancro do pâncreas, ajustada à idade, desde 1994. Estes dados são replicados noutros países desenvolvidos nomeadamente no continente europeu, mas também em outras partes do globo exibindo uma correlação directa forte com os índices de desenvolvimento humano.
A ostomia é uma intervenção cirúrgica que permite criar uma abertura artificial no estoma, com várias finalidades, que vão desde a alimentação e a respiração, à eliminação de fezes, gases ou urina.
Comemora-se a 28 de julho o Dia Mundial das Hepatites, data em que pessoas e organizações de todo o mundo unem esforços para sensibilizar populações, autoridades de saúde e decisores políticos para a importância destas doenças. Esta é uma excelente oportunidade de divulgação e sensibilização para a adoção de estratégias no que toca ao diagnóstico do maior número de casos de hepatites virais. Além disso, alocarem-se os recursos necessários ao tratamento de todos os infetados, incluindo os mais vulneráveis e marginalizados.
O cancro do fígado é o 5.º tipo de cancro mais comum, sendo responsável por cerca de 47 mil mortes na união europeia, representando o carcinoma hepatocelular (CHC) mais de 90% dos tumores primários do fígado. Com uma incidência crescente, surge em cerca de 90% dos casos em doentes com cirrose hepática das diversas etiologias e constitui uma das principais causas de morte nestes doentes.